sábado, 24 de março de 2012

Qual é o motor das nossas vidas?

Alguma vez pensaram sobre as coisas que nos motivam a continuar com as nossas vidas? Para uns de nós pode ser o trabalho, para outros os filhos, a família, um projecto novo...
Resumindo: a nossa vida deixa de ter sentido quando deixamos de ter um objectivo, algo que ainda queiramos fazer ou alcançar. Esta falta de sentido é mais notória quando envelhecemos e deixamos de trabalhar. Os filhos (aparentemente) já não precisam da nossa ajuda... Nesta fase da vida, em que nos sentimos mais sozinhos e perdidos, surgem muitas vezes depressões graves. Estas depressões são muito perigosas porque estão encobertas por um sentimento socialmente aceite de que "é normal, já fiz tudo o que tinha a fazer, faz parte da idade". Infelizmente, também existe uma certa vergonha escondida (da parte de alguém que acredita que tudo o que a vida lhe ensinou é suficiente para lidar com os medos sentidos) que impede a procura de ajuda.
É necessário que as pessoas consigam aprender a gerir essas perdas e a integrá-las nas suas vidas como algo natural , algo que faz parte do ciclo de desenvolvimento humano.
Ao tratarmos os sintomas depressivos, ao envolvermos os familiares mais próximos neste processo e ao ajudarmos a pessoa a encontrar novos objectivos para a sua vida, como psicólogos, estaremos a diminuir o isolamento dos idosos e a evitar tristes casos de solidão como os que temos assistido nos noticiários.
Cabe a cada um dos idosos, primeiro, reconhecerem que o que sentem não tem que ser "normal", mas principalmente ao Estado, tomar medidas preventivas, contratando psicólogos e assistentes sociais especializados na àrea da gerontologia. As vezes tentamos poupar no essencial e desperdiçamos no supérfluo.  Vários estudos reconhecem que se apostassem mais na contratação de psicólogos (não só nesta área, mas em todas as outras), seriam poupados milhões de euros em tratamentos e internamentos hospitalares...

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