terça-feira, 27 de março de 2012

Para sermos grandes temos mesmo que ser inteiros!

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

                  Ricardo Reis

Cada vez mais me causam impressão as pessoas que "se arrastam pela vida"... O que quero dizer com isto? Todos nós conhecemos pessoas assim, que passam o dia a arrastar as horas, a fazer o mínimo possível e a lamuriarem-se da vida e do trabalho. Ás vezes penso que, se calhar, também já fui assim há muitos anos atrás  mas felizmente a vida ensinou-me (não da melhor maneira) que temos que trabalhar muito, lutar mais ainda e acreditarmos que seremos capazes de ultrapassar as dificuldades. Muitas dessas pessoas até podem nem ter muito do que se queixar, mas e se tiverem? Fazem alguma coisa para mudar as suas vidas? As que conheço não... continuam a viver agarradas à sensação de incapacidade que se instalou nos seus cérebros e nas suas personalidades...Até devem ter muitas coisas boas que as deviam fazer sentirem-se gratas, mas infelizmente só conseguem ver e falar sobre os aspectos negativos tanto delas próprias como dos outros. Depois justificam-se com frases do género: "Eu não posso fazer nada... estamos em crise..." Eu, mais do que muitas pessoas, sei bem o que é estar em crise. E por isso mesmo peço, principalmente aos jovens, que lutem pelas suas vidas. Não vivam agarrados às vidas dos pais para sempre... Até podem não existir grandes oportunidades de trabalho na área em que se estudou. Mas até que essas oportunidades surjam, façam outras coisas, arranjem outro emprego, façam voluntariado, agarrem-se a alguma causa na qual acreditem.
Sermos e sentirmos que somos úteis torna-nos instantaneamente pessoas melhores.
Se tivermos um emprego do qual não gostamos muito, devemos ser gratos por estarmos a trabalhar quando tantas pessoas estão desempregadas. Podemos continuar a lutar por um sonho, a concorrer para o que julgamos ser a nossa verdadeira vocação. Se não nos acomodarmos e acreditarmos que tudo é possível, as coisas acontecem...
 E tentarmos não nos queixar tanto, agarrando-nos às coisas boas que temos, inovando, dando o nosso máximo, sem perdermos a nossa energia e força interior, mas sem deixarmos que outras pessoas (essas negativas de quem falo :)) as retirem de nós também...Vamos exagerar e brilhar, para podermos melhorar as nossas vidas!! E como diz o outro: "Agora pensem..."



sábado, 24 de março de 2012

Qual é o motor das nossas vidas?

Alguma vez pensaram sobre as coisas que nos motivam a continuar com as nossas vidas? Para uns de nós pode ser o trabalho, para outros os filhos, a família, um projecto novo...
Resumindo: a nossa vida deixa de ter sentido quando deixamos de ter um objectivo, algo que ainda queiramos fazer ou alcançar. Esta falta de sentido é mais notória quando envelhecemos e deixamos de trabalhar. Os filhos (aparentemente) já não precisam da nossa ajuda... Nesta fase da vida, em que nos sentimos mais sozinhos e perdidos, surgem muitas vezes depressões graves. Estas depressões são muito perigosas porque estão encobertas por um sentimento socialmente aceite de que "é normal, já fiz tudo o que tinha a fazer, faz parte da idade". Infelizmente, também existe uma certa vergonha escondida (da parte de alguém que acredita que tudo o que a vida lhe ensinou é suficiente para lidar com os medos sentidos) que impede a procura de ajuda.
É necessário que as pessoas consigam aprender a gerir essas perdas e a integrá-las nas suas vidas como algo natural , algo que faz parte do ciclo de desenvolvimento humano.
Ao tratarmos os sintomas depressivos, ao envolvermos os familiares mais próximos neste processo e ao ajudarmos a pessoa a encontrar novos objectivos para a sua vida, como psicólogos, estaremos a diminuir o isolamento dos idosos e a evitar tristes casos de solidão como os que temos assistido nos noticiários.
Cabe a cada um dos idosos, primeiro, reconhecerem que o que sentem não tem que ser "normal", mas principalmente ao Estado, tomar medidas preventivas, contratando psicólogos e assistentes sociais especializados na àrea da gerontologia. As vezes tentamos poupar no essencial e desperdiçamos no supérfluo.  Vários estudos reconhecem que se apostassem mais na contratação de psicólogos (não só nesta área, mas em todas as outras), seriam poupados milhões de euros em tratamentos e internamentos hospitalares...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Quanto valor conseguimos dar às pequenas coisas?

É inevitável. Em certos dias acordamos e parece que nada corre bem. Normalmente esses dias começam com um atraso matinal justificado por uma preguicite aguda de quem já está mais do que a precisar de férias. A partir daí...esqueçam... todo um desenrolar de acontecimentos aparentemente trágicos surge. Saímos de casa sem tomar o pequeno-almoço, levamos o filho à escola a correr (e sim, até esse aparenta estar menos colaborante que nos outros dias!). No trabalho, o dia continua igual...até a máquina de café deixou de funcionar... até que finalmente comentamos com alguém: "Hoje estou com um azar...acordei com o pé esquerdo, o dia ainda vai acabar mal!". Somos portugueses e tendencialmente pessimistas, mas será que o azar existe mesmo?! E se existir? É muito injusto uns terem sorte e outros não! Qual será o critério de selecção da mãe Natureza para isso?? Ou será que há pessoas que ao passarem por uma experiência negativa (como neste caso, o facto de estar atrasada) vivenciam de tal modo esse acontecimento que não são capazes de reparar nas coisas boas que aconteceram entretanto ao longo do dia? Mencionam o facto de o filho não estar colaborante de manha, mas com a ansiedade da situação, nem deram valor ao facto de, ao deixá-lo na escola , terem ouvido um "gosto muito de ti"...
Porque pensamos logo que o dia vai acabar mal? Não estaremos a atrair esse tipo, não de situações, mas de sentimentos para a nossa vida?
A nossa história como seres humanos é feita de pequenos momentos e a vida dá-nos a oportunidade de lidar com eles como bem entendermos. Muitas das vezes, pensamos muito nas coisas negativas e em como, se calhar, nunca vamos ser capazes de as ultrapassar. A nossa vida é muito breve. Devemos aproveitar as pequenas coisas do dia-a-dia. As coisas simples da vida. Pensar em quão felizardos somos por poder dar um passeio no parque com quem nos é mais querido...ou dar valor a um cachorro quente dividido a três, quando isso, anteriormente era tão certo e tão fácil. Eu dei valor a essa partilha. Muitos sabem do que falo.
A maneira como pensamos influencia sem dúvida a nossa vida. Só temos que modificar algumas crenças erradas que se enraizaram na nossa personalidade e acreditem que poderemos viver mais felizes.

terça-feira, 13 de março de 2012

O meu filho vai para a escola primária... e agora???

Recordo-me muito bem do meu primeiro dia de escola. Estava ansiosa, mas feliz. A minha experiência no infantário não foi das melhores que poderia ter tido, mas hoje assumo que foi por minha culpa (e por "culpa" de um amor imenso que as três mulheres da minha vida- avó, mãe e mãe "postiça" nutriam por mim). Foi o suficiente para que ligassem todos os dias para a creche... se me ouviam chorar, lá ia uma delas buscar-me :). Hoje, se me procurassem, como profissional, obviamente que lhes diria: grande erro!
No entanto, julgo que ninguém sentiu preocupação ou medo relativamente ao que era esperado de nós, crianças da altura, na entrada para a escola primária. Tudo decorria com a normalidade habitual para a época: tinha aulas de manhã, chegava a casa e fazia os TPC depois do almoço para poder passar o resto do dia a andar de bicicleta.
Agora, as preocupações são outras, a competitividade sentida pelos pais nos locais de trabalho é sentida também pelas crianças na escola. A maior parte frequentou o ensino pré escolar e teve acesso a aulas de musica, de ciencias, de ingles...o meu filho, há dias foi à Opera! (é importante salientar que ele tem 4 anos).
Poucas são as crianças que não entram na escola sem saberem escrever o seu nome, pelo menos!
Muitos pais têm dúvidas relativamente a todo este processo e muitos gostariam de saber, por exemplo, quais as àreas em que os seus filhos irão sentir mais dificuldades. Também se coloca muitas vezes a questão relativa às crianças que nasceram em Dezembro e entrarão com 5 anos de idade para o 1ºano: "estarão preparadas?"
O mais importante é motivar a criança para esta nova fase da sua vida, sem lhe transmitir demasiada ansiedade, de modo a facilitarmos a sua adaptação.
Sempre que existirem dúvidas, poderão sempre consultar a opinião de um psicólogo que ajudará a esclarecê-las e que poderá ainda, realizar a Avaliação das Competencias de Aprendizagem da criança para a entrada no pré-escolar. Se forem detectadas dificuldades em alguma das àreas avaliadas (Conceitos verbais, Conceitos quantitativos, Memória auditiva, Noção de constância das formas, Noção de posiçoes no espaço, Orientação espacial, Coordenação olho-mão e Percepção visual) estas poderão ser trabalhadas tendo como recursos Programas de Desenvolvimento de Aprendizagem criados especificamente para estas situações. É então elaborado, posteriormente,  um plano de intervençao (em conjunto com  a educadora e os pais da criança).
Em alguns casos pude comprovar que, por vezes, basta um ou dois meses de intervenção com a criança para que esta consiga ultrapassar as dificuldades diagnosticadas. No final deste trabalho, é sempre entregue aos pais e à professora da escola onde a criança vai ingressar, um relatorio para que fiquem cientes não só das suas dificuldades, mas também das potencialidades apresentadas.
Torna-se, no entanto, muito importante salientar 2 aspectos:
1. Devemos dar sempre às crianças o tempo de que necessitm. Cada uma possui uma personalidade única e ritmos próprios de aprendizagem e desenvolvimento.
2. A disponibilidade para ouvir pais e educadoras é de extrema importância. O trabalho não passa nunca, apenas pela avaliação. Sempre que seja necessário, o psicólogo deverá ser capaz de aconselhar a ajudar a solucionar as situações que, inevitavelmente, vão surgindo. Por vezes basta mudar pequenas atitudes educativas para alterarmos um comportamento não desejado.
Qualquer dúvida, já sabem... :)

  

segunda-feira, 12 de março de 2012

A importância da Avaliação do Desenvolvimento em Bebés e Crianças

Infelizmente, como em muitas outras áreas, poucas são as instituições que têm um Psicólogo dedicado a acompanhar os primeiros anos de vida de uma criança. Este trabalho é extremamente importante, dado que, existindo qualquer atraso desenvolvimental ou patologia clínica, se esta for detectada precocemente poderá ser tratada com sucesso. Como profissional, começo sempre por saber o historial biopsicossocial da criança, através de uma entrevista de Anamnese aos pais ou ao encarregado de educação. Também é importante, se a criança andar na creche ou na Pré-primária, obter algumas informações da educadora responsável (normalmente também através de uma entrevista pré formatada). Tanto a Anamnese como a Entrevista às Educadoras foram sendo aperfeiçoadas ao longo dos anos e, neste momento, possuem o formato que considero ideal para esta primeira fase de avaliação. Durante a conversa com os pais surgem muitos outros assuntos importantes para o futuro estabelecimento de uma relação entre o psicólogo e a criança. Também é uma oportunidade para serem esclarecidas algumas dúvidas dos pais em relação a outros temas, como por exemplo, a idade ideal para a criança deixar as fraldas, a chupeta, etc...(este tema será abordado  em futuros posts).
Após o estabelecimento de uma relação de confiança (que depende muito de criança para criança), procedemos à Avaliação Desenvolvimental. Esta pretende avaliar se a criança possui um nível de desenvolvimento mental adequado à sua idade cronológica nas seguintes áreas:
- Locomoção
- Pessoal e Social
- Audição e Linguagem
- Coordenação Olho-mão
- Realização
- Raciocínio pratico
Esta avaliação é feita individualmente, através de escalas  de desenvolvimento compostas por jogos lúdicos que cativam as crianças. Habitualmente é preferível que seja feita sem a presença dos pais, mas nos casos em que a criança é muito pequena ou pede a presença dos mesmos, estes poderão estar presentes na consulta.
Se, durante a avaliação, for detectado algum problema, os pais são imediatamente informados, e em conjunto, procuraremos soluções para resolver a situação.
Após esta avaliação é elaborado um detalhado relatório que descreve pormenorizadamente não só a evolução geral do desenvolvimento mental, mas também a evolução de cada uma das áreas desenvolvimentais estudadas, comparando sempre o nível de desenvolvimento mental com a idade cronológica da criança.
Se é habitual os pais levarem as crianças ao Pediatra, pelo menos uma vez por ano para avaliar o seu desenvolvimento físico, também deveria ser encarado com a mesma naturalidade, querermos saber como se está a desenvolver mentalmente o nosso filho... por mim falo, que antes de ser Psicóloga, também sou mãe :)
Não se esqueçam que estarei sempre disponivel a esclarecer qualquer dúvida sobre os artigos publicados.


The importance of the Mental Development Evaluation in Preschool Aged Children
Unfortunatelyas in many other areas, there are few institutions that have a dedicated Psychologist to follow the early life of a child. This work is extremely important, since that in case of any clinical disease or developmental delayif it is detected  early can be treated successfullyAs a professional, I always start by knowing the child's biopsychosocial historythrough a case history interview to the parents or tutors. It is also important if the child goes to  the nursery or to the pre-school, to gett some information from the teacher in charge (usually also through an interview). Both the Anamnesis as the Educators Interviwe have been improved over the years and finally, they have the format that I consider ideal for this initial evaluation phaseDuring the conversation with parents we usually talk about many other important issuesThis issues will help in the future establishment of a relationship between the psychologist and the childIt is also an opportunity to clarify some of the parents doubts related to other topics, such as the ideal age for a child drop out of diapers, pacifiersetc ... (this issue will be addressed in future posts)After the establishment of a relation based on trust  (which depends very much from child to child), we shall proceed with the Developmental Evaluation. This aims to assess whether the child has a level of mental development suited to their chronological age in the following areas:
- Locomotion
- Personal and Social
- Hearing and Language
- Hand-Eye Coordination
- Output
- Reasoning practice
This assessment is carried out through development scales that usually consist in  fun games that captivate children. Usually it is preferable to be made without the presence of parents, but in certain  cases where the child is too small or require their presence, they may be present in the child evaluation.
If, during the evaluation, a problem is detected, parents are immediately  informed , and all together, we´ll try seeking for solutions to resolve the situation.
After this evaluation is prepared a detailed report describing in  not only the overall progress of mental development, but also the evolution of each of the developmental areas studied, always comparing the level of mental development with the chronological age of the child. 

If it is common for parents taking children to the pediatrician at least once a year to assess their physical development, should also be regarded as naturally, wanting to know how it is mentally developing  our son ... I speak for me, that before being a Psychologist, I am also a mother :)
Do not forget that I am always available to answer any questions about the published articles. 

sexta-feira, 9 de março de 2012

"Tudo depende de como vemos as coisas e não de como elas são" Carl Jung

Nada poderia ser mais verdadeiro... esta frase define, antes de mais, a minha filosofia de vida, desde há uns anos para cá. Quando as coisas parecem por si só garantidas não paramos muitas vezes para pensar que, de um momento para o outro, tudo pode mudar. Apesar de ser psicóloga há sete anos (no activo :)), foi quando passei pela pior fase da minha vida (em conjunto com a minha família) que percebi o poder do pensamento e a força que este nos dá na gestão das dificuldades diárias...principalmente quando parece que nada irá melhorar. Tenho vindo então a descobrir uma nova faceta da Psicologia (a que uso no trabalho, mas também na minha vida pessoal), uma Psicologia virada para os problemas do presente e centrada na resolução dos mesmos. Afinal, se resolvermos os nossos problemas do presente, conseguiremos viver melhor no futuro, não é verdade?

"Everything depends on how we see things and not how they really are"Nothing could be more true ... This phrase defines, first of all, my philosophy of life, since some years agoWhen we take things as guaranted, usually we dont´t  stop  thinking that from one moment to another, everything can change. I´m a psychologist since 2005 (in active :)), and was when I went through the worst days of my life (along with my familythat I realized the power of thoughts and how they can give us strength to manage the difficulties of daily life .. .especially when it seems nothing will get betterI then come to discover a new side of psychology (which I use at workbut also in my personal life), a psychology to the problems facing the present and focused on solutionsAfter allif we solve our present problems, we can live better in the future, isn´t this true?



Ana