quarta-feira, 25 de abril de 2012

Violência nas escolas...Poderia não existir?

Cada vez mais ouvimos falar de Bullying,  termo que até há bem pouco tempo não era muito conhecido em Portugal. Devo confessar que só soube do que se tratava no 1º ano da faculdade, há cerca de 14 anos atrás :). Ora bem, o Bullying é nada mais nada menos que um comportamento de violência que pode ser física, psicológica ou ambas infligido por um elemento mais "forte" sobre um mais "fraco". 
Este artigo trata principalmente da violência entre crianças, nas escolas, mas o  Bullying também existe no trabalho, entre hierarquias ou entre colegas e até pode ocorrer entre parceiros nas relações amorosas.
Relativamente à realidade Portuguesa, estamos muito menos atentos a estas situaçoes do que noutros países, como por exemplo os EUA. Este fator pode dever-se à nossa cultura mais tolerante em relaçao a estes atos: Muitos pais dizem aos filhos para "nao serem mariquinhas" e "se levas, tens que bater ainda mais..." ou entao relativizam com a desculpa do costume " é normal...sao crianças... no meu tempo também levava e dava!" (como já ouvi tantas vezes). 
No entanto, nada agora é como era no "nosso tempo". 
As crianças hoje em dia têm acesso a informação a que nós não tínhamos, o que, sem querer dramatizar, lhes tirou de certo modo, a inocencia. Passam mais tempo na escola, fechados, depois vão para os ATL e continuam fechados... sabemos que essa situação é inevitável... nem nos passa pela cabeça, hoje em dia, deixar um filho sozinho em casa depois da escola, uma tarde inteira, como acontecia antigamente.
O que eu quero dizer com isto, é que nunca mais vamos poder comparar "como era no nosso tempo" com o AGORA, a ATUALIDADE.
Tudo mudou. Mudou depressa demais...
Antes de dizermos a um filho para não "ser mariquinhas" temos que pensar, que se calhar, ele poderá deixar de nos contar as coisas, por achar que nos vai desiludir... as crianças têm uma capacidade impressionante de acharem que os acontecimentos maus acontecem por sua culpa. Por isso devemos sempre incentivar o dialogo, e estarmos atentos aos sinais:

- dificuldade de concentração nas aulas e diminuição do rendimento escolar;
- a criança está feliz durante o fim de semana, mas começa a manifestar sinais de ansiedade ao Domingo à noite e todos os dias de manhã;
- queixa-se de dores de estômago;
- não quer almoçar na escola;
- começa a preferir a companhia de adultos;
- tem pesadelos;
- os pais reparam em nódoas negras ou arranhoes (estejam atentos durante o banho)
- começa a pedir dinheiro extra ou a "perder coisas de valor"(muitas crianças sao ameaçadas, caso nao deem dinheiro ou bens ao agressor)
- o seu humor varia de uma forma nao habitual;
- conta que os amigos dizem mentiras a seu respeito;
- quer mudar de escola;
- começa, a maltratar os irmaos;
- aparenta um interesse subito por jogos e filmes violentos.

Devemos procurar ajuda imediatamente, caso o nosso filho:
Contar que está a ser ameaçado ou agredido; falar sobre querer fugir; dizer que se sente muito triste; falar sobre suicidio..

O que fazer?
Contactar imediatamente a escola e tentar esclarecer o caso com a direçao (o que nem sempre é facil)
Procurar a ajuda do Psicólogo da escola 

Infelizmente, no nosso País, não existe apoio preventivo (nem do outro :( ) ao nível da Psicologia. Os meus colegas que trabalham em escolas, um por Agrupamento- nos melhores casos- não conseguem dar o apoio necessário a estas vitimas e suas familias. 
Por isso, muitas optam pelo privado. E têm mesmo que o fazer. 
Por exemplo, nos EUA, centenas de jovens cometem suicidio por ano devido ao Bullying e temos conhecimentos de casos que ocorreram no nosso País também.
Além do Bullying, começamos a ouvir falar também sobre o Cyberbullying, principalmente no que diz respeito ao denegrir da imagem dos jovens nas redes sociais e ao envio de emails ameaçadores.

Estes casos, quando detectados a tempo, não necessitam de muito tempo de terapia... os objectivos principais sao os de restaurar a auto-estima da criança ou jovem e dotá-los dos meios necessários para enfrentar os agressores. (Mudar de escola nao resolve, dado que a criança iria voltar a adoptar a mesma postura de vítima e seria novamente agredida). Os pais também são envolvidos na terapia, de modo a aprenderem estratégias que os ensinarão a estar atentos a todos os sinais e a promoverem uma relação de confiança com os seus filhos).

Como me estou a alongar demasiado neste tema, peço que coloquem todas as dúvidas que quiserem, mas deixo uma ideia, para quem queira participar nesta iniciativa comigo:

Que tal criarmos bancos de voluntários, tal como há nos Hospitais, mas para darem apoio nas Escolas, vigiando os recreios? Acho que os casos de violência  diminuiriam consideravelmente...

Vamos pensar nisto???



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Será que os opostos se atraem?

Segundo as leis da Física, sim.
E nas relações afetivas? Será que esta "lei" que acabou por se tornar um provérbio popular faz sentido?
No outro dia, ao conversar com uma amiga, chegámos à conclusão que , se calhar, fez sentido numa dada altura da nossa vida, em que éramos mais novas e acreditávamos que o melhor de estar apaixonado era precisamente o desafio de "tentarmos mudar a outra pessoa..." 
Olhando para trás, e falando por nós mulheres (digam lá se não é verdade)... quantas vezes nos apaixonámos (ou julgámos estar apaixonadas) precisamente  pela pessoa que sabíamos que era totalmente diferente de nós, que nunca se esforçava para nada na relação, que se calhar, de uma maneira dissimulada, muitas vezes nos fazia sentir o pior ser à face da Terra? Mas nós gostávamos...numa inocência adolescente achávamos que "ele iria mudar" .
As mulheres jovens (entre os 16 e os 23 anos, mais ou menos) são mesmo assim :), precisam de desafios para aprender a dar valor ao que virá a ser realmente importante numa relação futura. 
Com o passar do tempo começamos a ser mais ambiciosas no que diz respeito às relações, principalmente porque os nossos objetivos já não passam  pela descoberta, mas sim pela procura de um companheiro para a vida.
No caso da atração entre pólos opostos na relação homem-mulher, cada um tem a sua perspectiva e, certamente que existem situações em que isso acontece.
No entanto vou partilhar o meu caso: eu e o Pedro sempre nos demos muito bem, apesar de, na altura em que o conheci, ele ser bastante mais extrovertido que eu, o que me ajudou a ultrapassar um pouco as dificuldades que tinha em lidar com o mediatismo a que ele estava exposto na altura. 
Nesse aspecto, sim, sermos diferentes ajudou (a mim principalmente).
No entanto, acreditem... se não gostássemos de frequentar os mesmos sítios, se não tivéssemos interesses em comum, se não gostássemos de ver os mesmos programas de televisão, se não pensássemos da mesma maneira relativamente à educação do nosso filho, etc, etc,etc... a nossa relação NUNCA daria certo!
Porque para mim, aliada à parte romântica e à atração entre duas pessoas, estão principalmente a amizade e o companheirismo, porque é isso que fica para sempre. É isso que torna as relações sólidas.
É isso que me faz imaginar, que daqui a muitos anos, continuaremos a achar piada e a rirmo-nos das mesmas coisas...juntos...mesmo quando formos uns velhinhos rezingões :)


(Atenção que este foi um post meramente opinativo, sem qualquer base cientifica. Baseou-se apenas numa conversa entre duas amigas que não se viam há muito tempo e nas suas opiniões pessoais...)

Obrigada!

E, em menos de um mês, chegámos às 500 visitas!
Muito obrigada!