terça-feira, 13 de março de 2012

O meu filho vai para a escola primária... e agora???

Recordo-me muito bem do meu primeiro dia de escola. Estava ansiosa, mas feliz. A minha experiência no infantário não foi das melhores que poderia ter tido, mas hoje assumo que foi por minha culpa (e por "culpa" de um amor imenso que as três mulheres da minha vida- avó, mãe e mãe "postiça" nutriam por mim). Foi o suficiente para que ligassem todos os dias para a creche... se me ouviam chorar, lá ia uma delas buscar-me :). Hoje, se me procurassem, como profissional, obviamente que lhes diria: grande erro!
No entanto, julgo que ninguém sentiu preocupação ou medo relativamente ao que era esperado de nós, crianças da altura, na entrada para a escola primária. Tudo decorria com a normalidade habitual para a época: tinha aulas de manhã, chegava a casa e fazia os TPC depois do almoço para poder passar o resto do dia a andar de bicicleta.
Agora, as preocupações são outras, a competitividade sentida pelos pais nos locais de trabalho é sentida também pelas crianças na escola. A maior parte frequentou o ensino pré escolar e teve acesso a aulas de musica, de ciencias, de ingles...o meu filho, há dias foi à Opera! (é importante salientar que ele tem 4 anos).
Poucas são as crianças que não entram na escola sem saberem escrever o seu nome, pelo menos!
Muitos pais têm dúvidas relativamente a todo este processo e muitos gostariam de saber, por exemplo, quais as àreas em que os seus filhos irão sentir mais dificuldades. Também se coloca muitas vezes a questão relativa às crianças que nasceram em Dezembro e entrarão com 5 anos de idade para o 1ºano: "estarão preparadas?"
O mais importante é motivar a criança para esta nova fase da sua vida, sem lhe transmitir demasiada ansiedade, de modo a facilitarmos a sua adaptação.
Sempre que existirem dúvidas, poderão sempre consultar a opinião de um psicólogo que ajudará a esclarecê-las e que poderá ainda, realizar a Avaliação das Competencias de Aprendizagem da criança para a entrada no pré-escolar. Se forem detectadas dificuldades em alguma das àreas avaliadas (Conceitos verbais, Conceitos quantitativos, Memória auditiva, Noção de constância das formas, Noção de posiçoes no espaço, Orientação espacial, Coordenação olho-mão e Percepção visual) estas poderão ser trabalhadas tendo como recursos Programas de Desenvolvimento de Aprendizagem criados especificamente para estas situações. É então elaborado, posteriormente,  um plano de intervençao (em conjunto com  a educadora e os pais da criança).
Em alguns casos pude comprovar que, por vezes, basta um ou dois meses de intervenção com a criança para que esta consiga ultrapassar as dificuldades diagnosticadas. No final deste trabalho, é sempre entregue aos pais e à professora da escola onde a criança vai ingressar, um relatorio para que fiquem cientes não só das suas dificuldades, mas também das potencialidades apresentadas.
Torna-se, no entanto, muito importante salientar 2 aspectos:
1. Devemos dar sempre às crianças o tempo de que necessitm. Cada uma possui uma personalidade única e ritmos próprios de aprendizagem e desenvolvimento.
2. A disponibilidade para ouvir pais e educadoras é de extrema importância. O trabalho não passa nunca, apenas pela avaliação. Sempre que seja necessário, o psicólogo deverá ser capaz de aconselhar a ajudar a solucionar as situações que, inevitavelmente, vão surgindo. Por vezes basta mudar pequenas atitudes educativas para alterarmos um comportamento não desejado.
Qualquer dúvida, já sabem... :)

  

Sem comentários: